Por José Luíz Munhós – Easycoop – 31.07.2014.
As cooperativas são fundamentais no desenvolvimento econômico e social, permitindo a pulverização do microcrédito, o desenvolvimento da agricultura, a prestação e o aperfeiçoamento dos serviços médicos, entre outros benefícios. O princípio das cooperativas é a sociedade organicamente autônoma, independente, formada por pessoas que se autoadministram. Além disso, nos últimos anos muitas cooperativas passaram a ter representatividade nacional e relevância no mercado de atuação, com influência política e social.
Por exigência legal, a gestão e a Governança devem ser efetuadas por seus participantes, sócios cooperados, que assumem a condução dos negócios com base nos princípios do cooperativismo e do interesse coletivo, não apenas como membros, mas como conselheiros administrativos e fiscais.
A estrutura de gestão e Governança prevê em seu modelo que a sociedade seja administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administração composto, exclusivamente, de associados eleitos pela Assembleia Geral, com mandato de até quatro anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 do Conselho de Administração. As boas práticas ainda recomendam a segregação dos cargos, para que o Conselho concentre-se na estratégia e a Diretoria em sua execução.
A lei exige que a administração seja fiscalizada por um Conselho Fiscal, constituído de três membros efetivos e três suplentes, eleitos anualmente pela Assembleia Geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 de seus componentes.
Os pontos de maiores destaques referem-se à remuneração e manutenção de poder. Muitas cooperativas possuem executivos que recebem remunerações superiores ao que conseguiriam em um negócio individual, como cooperado, o que pode criar um interesse em continuar na estrutura e na manutenção do poder. Por fim, ainda há a necessidade de capacitação dos administradores para exercerem mais funções dentro das exigências que o ambiente econômico exige, mas muitas vezes alguns dos executivos não contam com a qualificação necessária, por isso a necessidade de investir na capacitação.
Dessa forma, o cooperado, ao assumir uma posição de conselheiro fiscal ou de administração, não só tem como responsabilidade a manutenção do negócio para si, como também para os demais cooperados garantindo a continuidade das cooperativas de forma perene e sustentável para toda a sociedade.