O Conselho Consultivo é uma peça fundamental em empresas de todos os portes, principalmente em empresas familiares e em empresas que estejam começando a adotar práticas de governança, que não sejam sociedades anônimas. A dinâmica do Conselho Consultivo começa pela composição: além de dar preferência a um número ímpar de profissionais – em geral entre três e cinco –, é interessante considerar ter, no mínimo, dois consultores externos – agregando experiência em diversas áreas, complementando a expertise dos sócios. O objetivo é discutir e aconselhar sobre formas de aumentar a eficiência de processos e a produtividade, sobre estratégia e melhores práticas de gestão, oferecendo uma visão externa das perspectivas da empresa.
Enquanto o Conselho Consultivo tem um caráter de orientação, o Conselho de Administração tem caráter deliberativo, e deve ser implantado tanto em sociedades limitadas (LTDA), quanto em sociedades anônimas (S/A), sejam elas de capital aberto ou capital fechado, alinhando os interesses entre gestão executiva e sócios/acionistas, e geralmente é criado após o Consultivo ter a sua atuação bem estabelecida. Caso seja do interesse da empresa, Conselho Consultivo e de Administração podem coexistir, o primeiro aconselhando os sócios e o segundo deliberando as questões da empresa.
Mas o que faz com que o Conselho Consultivo seja tão importante para otimizar o resultado econômico e financeiro da empresa? Porque é com a sua participação que a empresa obterá orientação para tomar melhores decisões em seu negócio, contando com experiências diversas, como na área jurídica, financeira, marketing, recursos humanos e até mesmo a expertise de líderes de negócio. Com isso, o Conselho Consultivo ajuda os executivos a agirem de forma mais consciente, organizando e disciplinando o processo decisório.
Benefícios do Conselho Consultivo
Segundo especialistas da Endeavor, os membros de um Conselho Consultivo acompanham a evolução da empresa e, por isso, atuam de forma mais benéfica do que um mentor esporádico. Mas isso não quer dizer que não deva haver renovação. Eles recomendam que todo o Conselho seja revisto a cada dois anos, podendo haver inclusive renovação do quadro. O importante é analisar as contribuições de cada conselheiro no final de cada exercício, avaliando a renovação ou não do mandato.
Ainda de acordo com a consultoria, o Conselho Consultivo deve atuar nas seguintes esferas:
1 – Sociedade
Problemas: A empresa tem um único sócio ou tem mais de um sócio, mas com perfis e competências muito semelhantes
Benefícios: Um grupo de conselheiros contribui com expertises e experiências complementares às dos sócios e ajuda no desenvolvimento pessoal e profissional dos executivos e, também, no treinamento da futura geração de líderes para a sucessão
2 – Processos internos
Problemas: A empresa não tem processos definidos e não tem disciplina para seguir processos como governança corporativa, planejamento estratégico, controles financeiros, etc
Benefícios: O Conselho estimula maior disciplina por parte dos executivos e maior comprometimento com resultado, já que acompanha a implementação dos processos
3 – Tomada de decisões
Problemas: A tomada de decisões, tanto estratégica quanto do dia a dia, é feita de forma totalmente intuitiva, sem o apoio de análises ou reflexões mais profundas
Benefícios: O Conselho atua como um fórum de opiniões sobre o desempenho da empresa e alternativas estratégicas
4 – Desafios
Problemas: A empresa está passando por um momento de expansão e crescimento ou está passando por uma crise
Benefícios: O Conselho sinaliza boa governança para acionistas, funcionários, fornecedores, instituições financeiras e órgãos governamentais, e promove a sustentabilidade da empresa e a geração de valor no longo prazo
A atuação do Conselho Consultivo e de seus membros
Em seus manuais de boas práticas, o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) destaca a importância da separação da operação diária dos assuntos que devem fazer parte do Conselho Consultivo. Para que este seja eficaz, deve manter seu foco nas questões estratégicas e no monitoramento dos resultados da companhia, evitando participar do dia a dia das operações.
Além disso, também destaca que quando executivos também membros do Conselho, é recomendável que os conselheiros independentes assumam a liderança das discussões que envolvam conflitos entre os diferentes papéis de executivos e conselheiros. Qualquer que seja a situação, um conselheiro com conflito de interesses deve ausentar-se das discussões e, principalmente, abster-se de votar. E, também, recomenda a separação das funções de presidente do Conselho e de executivo principal, para que não haja concentração de poder, em prejuízo da supervisão adequada da gestão.
Certamente criar um Conselho Consultivo que realmente seja eficaz, reunindo as expertises necessárias para complementar as competências internas e que contribua para o desenvolvimento sustentável do negócio não é uma tarefa simples. Mas com uma visão abrangente e aprofundada, como a oferecida pela Ekilibra, é possível aperfeiçoar a governança de forma integrada e colocar a organização em um novo patamar.