Governança cabe em empresa de qualquer porte, pois o que determina não é o tamanho, mas sim a existência de sócios na composição societária ou a presença de partes interessadas com grande influência nos resultados.
Na presença deste ambiente mais complexo é fundamental adotar as práticas de Governança. Este post mostra 3 situações bem distintas para ilustrar este aspecto. A primeira situação refere-se a empresa consolidadas de grande porte com investidores financeiros; a segunda é o oposto, startups que estão iniciando seu desenvolvimento e a terceira trata-se de PME’s.
Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) aponta que as empresas brasileiras estão cientes da importância da governança para aumentar a confiança de bancos e investidores, fundamental para a sobrevivência do negócio em épocas de crise financeira.
Segundo a pesquisa sobre a importância da governança, realizada ente abril e maio de 2018 com 167 empresas de diversos portes, um dos principais pontos foi a necessidade de melhorar a gestão de governança e transparência, citado por 79% dos entrevistados, que apontaram a melhor comunicação com o mercado como a forma encontrada para lidar com o cenário adverso.
E um dos maiores desafios enfrentado pela área de Relação com Investidores (RI) até o momento foi melhorar a percepção do valor da empresa, segundo 63% dos entrevistados. E esse continuará sendo o maior desafio pelos próximos dois anos, de acordo com 71% dos profissionais ouvidos pela pesquisa.
Entre as principais metas dos profissionais de RI em relação à governança, gestão de riscos e transparência com o mercado, que levam a uma maior maturidade das empresas, estão:
- Ampliar ou desenvolver processos e controles de operação
- Ampliar as categorias de risco monitorados com destaque para os econômicos e financeiros
- Melhorar as práticas de governança com destaque para atender o compliance global
A importância da governança nas startups
Muitos empreendedores de startups consideram a governança corporativa como um processo complicado (assunto já abordado no blog da Ekilibra no texto Causa da morte das startups no Brasil é o desentendimento entre os sócios), mas não se dão conta de que ela engloba diversos aspectos, como facilitar os processos de tomada de decisão internamente e, também, o bom relacionamento com investidores, como aponta a pesquisa Investidores de Impacto, realizada pela Din4mo, envolvendo empresas cadastradas em uma plataforma de equity crowdfunding.
Especialistas, inclusive, destacam a importância da governança que, para eles, chega a representar 50% da chance de êxito de um empreendimento. O resultado de uma governança corporativa bem estruturada com acordos entre os sócios, missão e valores, definição de papéis e responsabilidades, instituição de um Conselho Consultivo e definição de indicadores é o aproveitamento integral do capital intelectual de uma startup e, consequentemente, uma expansão mais rápida, competitiva e um maior valuation no futuro.
Implantando a governança em PMEs
Segundo analistas da organização Endeavor, as práticas de governança corporativa são muito importantes para todas as empresas, proporcionando maior transparência da gestão, profissionalização da estrutura corporativa e, principalmente, melhor relacionamento entre acionistas, gestores e outros stakeholders.
Entre as principais práticas relacionadas à governança corporativa que devem ser implantadas pelas PMEs (Pequenas e Médias Empresas), eles destacam:
- Acordo de acionistas
- Formação do Conselho de Administração com membros externos e independentes
- Planejamento estratégico com revisão contínua
- Relatórios e ferramentas de gestão
- Plano de remuneração e deveres dos executivos
- Auditoria independente
- Gerenciamento de riscos
Para os especialistas da Endeavor, a ausência de uma política de governança pode levar a conflitos entre os sócios e entre executivos, colocando em risco a sobrevivência do negócio. Além de evitar conflitos, práticas de governança também transmitem mais confiabilidade e transparência ao mercado, tornando o acesso ao crédito mais fácil e preparando a empresa para um futuro IPO, fusões e aquisições, entre outras operações do mercado de capitais.
Enfim, a proposta é que governança corporativa faça parte do dia a dia de empresas de todos os portes, facilitando a tomada de decisões, solucionando conflitos e oferecendo mais transparência ao mercado, garantindo o seu crescimento e sustentabilidade financeira.